21 dezembro 2009

?!

Depois que você veste a toga e caminha aqueles 20m até a mesa do corpo docente para tomar posse do seu canudo, você cai numa realidade um tanto, digamos assim, gélida: o mercado de trabalho. Todas aquelas expectativas e promessas mágicas de um emprego certo no final da faculdade, tornam-se apenas poeira lançada no vento... Sim meu caro, canudo não é varinha de condão. É um simples canudo de veludo que você ganha e deixa no canto do quarto acumulando pó. Buenas, você está lá formada e agora é a hora de arregaçar as mangas e gastar a sola do sapato atrás de uma boa vaga de emprego. Estando eu nesta situação e avaliando as exigências das vagas que eu encontrei, percebo que todas pedem por uma mesma característica: CRIATIVIDADE. Aí eu fico pensando: criatividade!?! Hmmmm, mas que criatividade??. Sim, porque na minha concepção existem vários tipos e vários ramos de criatividade. A questão é que isto é tão abstrato que eu fico P da vida quando vamos para uma entrevista e o dito entrevistador solta aquela perguntinha maledeta: diga-me meu caro candidato, você já solucionou alguma situação usando a sua criatividade?? Aiiii que me dá uma raiva... Gente, nós somos criativos todos os dias desde a hora em que acordamos. Usamos este dom para escolher que roupa vamos vestir, como pentear o cabelo, como tirar o carro da garagem da melhor maneira, etc... Um dia li uma entrevista do Professor J. C. Bemvenutti afirmando que TODOS somos criativos. Acho que vale a pena reproduzir um trecho aqui:

"As crianças são criativas? Sim! Você algum dia já foi criança? Sim! Logo, é uma característica nata. Uma pessoa criativa não é uma pessoa normal com algo que se adiciona a ela; é, isto sim, uma pessoa normal sem que nada tenha sido tirado dela. Ou seja, o potencial criativo está dentro de cada um. O que falta é acessá-lo e para tanto precisamos vencer os bloqueios que são adquiridos ao longo da vida. Tais bloqueios foram criados desde as experiências mais simples como, por exemplo, quando teu pai te disse que o teu amigo invisível não existia; ou aquela professora que um dia afirmou que o teu desenho estava horroroso; ou quando você foi ridicularizado em público por tentar ou usar alguma coisa nova ou fora do padrão; ou até mesmo aquela vez que o teu chefe disse que " você é pago para fazer e não para pensar." A resposta de como desbloquear não é tão simples assim que caiba numa página de entrevista. Mas se fosse para sintetizar eu diria que dois fatores são fundamentais: o primeiro é a pessoa acreditar que é criativa (pois a crença é determinante da ação) e a segunda são as empresas realmente proporcionarem (e não só no discurso) um ambiente inovador que sempre estimule a procura de uma segunda resposta certa e que tolerem o erro inerente de quem procura um novo caminho. Afinal um dos processos mais famosos do mundo se chama "tentativa e erro" e não "tentativa e acerto"".

Fica aí a crítica para cada um refletir um pouco sobre si mesmo.

Um comentário:

Marcela disse...

A criatividade tb é bloqueada pela vergonha!
Então, sejamos mais SEM VERGONHAS!!!